Primeiro assista:
Bono disse algo que mexe comigo: há uma falta de honestidade no meio cristão. 13m25s.
Ele queria ver músicas falando sobre a difícil relação entre marido e esposa, ou o quanto nos aborrecemos com o governo.
Eu também.
Creio que eu também seja desonesto, em muitas das minhas ações. Se parar para pensar melhor, certamente vou encontrar vários momentos do meu dia onde não fui honesto a respeito do que sinto ou penso, ou mesmo a respeito de expectativas para coisas que dependeriam de mim para serem feitas. Não sou honesto com minha esposa a respeito de tudo que se passa no meu coração, e não sou honesto com muitos ao meu redor.
Um ambiente onde a honestidade pode te causar a morte do seu ego, da sua 'identidade' falseada, onde a sua imagem vendida vale mais do que quem você realmente é, causa a morte da honestidade.
Eu quero ser honesto. Eu quero habitar em uma comunidade onde as pessoas são honestas comigo também. Onde os meus erros são expostos, para minha correção. Onde minha identidade é construída a partir do que é comum, do que é compartilhado, e não apenas a partir dos erros cometidos, que certamente surgirão.
Eu também sou suspeito com cristãos. Eu sou suspeito com todos que tentam vender ideologias que não tocam a realidade. Eu sou a favor do realismo. Sou a favor do Deus que sabe o que é sofrer, porque se propôs a viver essa vida de miséria que, por melhor acondicionados que estivermos, sempre vai nos oferecer a sua face tenebrosa, nos assolando com a morte, com a perda, com o sofrimento.
Eu sou a favor da morte de mim mesmo. Da minha desonestidade e da minha falta de realismo. Que todos aprendam a querer a morte de si mesmo. Só assim iremos ver dias melhores.
Tengwar
Rabiscos de um leigo reformado.
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
2016... Nunca é igual...
2016. Morando na Europa você não tem a mesma sensação de passagem de ano que se tem no Brasil. As férias de verão aqui são em julho, e o ano novo é apenas um intervalo no meio da correria do trabalho e dos estudos. Mesmo assim, como é tradicional, eu vou tentar escrever algo sobre o meu ano de 2015 e tentar deixar guardadas algumas lembranças para o futuro...
2015 foi um ano muito difícil. Morar em outro país é complicado e prazeroso ao mesmo tempo. É desafiante e divertido. É cansativo e renovador. A Holanda é minha casa agora, e a sensação que tenho é a de que, quando estou aqui não quero voltar ao Brasil. Mas paradoxalmente, quando vou ao Brasil, não quero voltar para a Holanda. Tenho dois lares. Dois lugares onde me sinto bem, confortável, aceito e bem comigo mesmo.
2015 foi o ano de tentativas frustradas, de viagens inesquecíveis, do primeiro artigo publicado, da dificuldade de escrever os demais. Foi o ano de parar pra curar a alma, enquanto ao mesmo tempo vivia lutas gigantes dentro e fora de mim. Foi o caminho para longe, e depois de volta para perto. Foi o ano do ceticismo, e da fé reformulada e leve.
Foi o ano em que deixei de me importar em ser isso ou aquilo, mas apenas me importando em ser aquilo que eu devo ser. Foi o ano de chutar o balde, e de retomar com seriedade meus sonhos mais antigos. Foi o ano de ser humilde, e aceitar que preciso de ajuda.
Virei presidente do ISMA, convidado para algumas palestras, fiz outras palestras malucas para o departamento (medindo o nível de tédio das pessoas), não li nem 1/4 do que leio normalmente, comprei uma racefiets, voltei a tocar no louvor da igreja, dei aulas para o curso de mestrado, comecei, terminei, abracei, chorei, sorri, me senti só, me senti mais amado do que nunca, e por aí foi.
Cada ano é diferente, mas 2015 ainda tem muito para ser processado na minha cabeça. E 2016? Eu ainda tenho medo de sonhar, mas tenho no coração algo muito precioso, que espero crescer e se tornar algo significativo. Tomara que 2016 dê certo. Tomara que 2016 seja um ano de surpresas. Já começou assim...
Se me contassem como viria, eu não aceitaria
Eu diria que estás ficando louco, que perdeu o juízo
Diria que fui rasgado a tal ponto que não haveria espaço
E como quem luta contra si mesmo, numa luta infindável, eu cedi
O absurdo se tornou parte do todo
O rejeitado deu espaço à esperança
A hora, Tu sabes
Não era a minha, não era meu tempo
Ainda me retenho, temor
Ainda acredito, esperança
Ainda suspiro, desejo
2015 foi um ano muito difícil. Morar em outro país é complicado e prazeroso ao mesmo tempo. É desafiante e divertido. É cansativo e renovador. A Holanda é minha casa agora, e a sensação que tenho é a de que, quando estou aqui não quero voltar ao Brasil. Mas paradoxalmente, quando vou ao Brasil, não quero voltar para a Holanda. Tenho dois lares. Dois lugares onde me sinto bem, confortável, aceito e bem comigo mesmo.
2015 foi o ano de tentativas frustradas, de viagens inesquecíveis, do primeiro artigo publicado, da dificuldade de escrever os demais. Foi o ano de parar pra curar a alma, enquanto ao mesmo tempo vivia lutas gigantes dentro e fora de mim. Foi o caminho para longe, e depois de volta para perto. Foi o ano do ceticismo, e da fé reformulada e leve.
Foi o ano em que deixei de me importar em ser isso ou aquilo, mas apenas me importando em ser aquilo que eu devo ser. Foi o ano de chutar o balde, e de retomar com seriedade meus sonhos mais antigos. Foi o ano de ser humilde, e aceitar que preciso de ajuda.
Virei presidente do ISMA, convidado para algumas palestras, fiz outras palestras malucas para o departamento (medindo o nível de tédio das pessoas), não li nem 1/4 do que leio normalmente, comprei uma racefiets, voltei a tocar no louvor da igreja, dei aulas para o curso de mestrado, comecei, terminei, abracei, chorei, sorri, me senti só, me senti mais amado do que nunca, e por aí foi.
Cada ano é diferente, mas 2015 ainda tem muito para ser processado na minha cabeça. E 2016? Eu ainda tenho medo de sonhar, mas tenho no coração algo muito precioso, que espero crescer e se tornar algo significativo. Tomara que 2016 dê certo. Tomara que 2016 seja um ano de surpresas. Já começou assim...
Se me contassem como viria, eu não aceitaria
Eu diria que estás ficando louco, que perdeu o juízo
Diria que fui rasgado a tal ponto que não haveria espaço
E como quem luta contra si mesmo, numa luta infindável, eu cedi
O absurdo se tornou parte do todo
O rejeitado deu espaço à esperança
A hora, Tu sabes
Não era a minha, não era meu tempo
Ainda me retenho, temor
Ainda acredito, esperança
Ainda suspiro, desejo
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Dez pedidos [by Clélio Braz]
Um dia eu ganhei amigos. E me tornei quem sou. O primeiro deles foi Ele. Não é preciso dar nomes. Os demais vieram por sequência, e me mostraram o quanto vale a pena viver, respirar e sonhar com um mundo melhor. A poesia que segue é uma recordação eterna dos amigos da ABU. Quem escreveu foi o Clélio, mas todos tiveram um pedacinho do texto. Guardarei...
Porque esta poesia não é qualquer coisa
de mensagem, de carta, ou de lisonjeio -
é sim e antes, uma forma de recreio, pra fazer-se esquecer
que na verdade, a alma lava uma tristeza em nossos olhos.
... Uma tristeza saudosa de você.
Tenho uma lista
que não tem ordem pra te pedir – nem pra te dar,
você tem muitos tostões pra compra-la!
Mas a doarei...
Primeiro........... Que sua distância se afaste de nós,
te queremos de bem perto, como um navio no seio das aguas,
como chuva em nuvens cinzas e como tempestade em dias fechados.
Ainda que essa tempestade, só chuvisque.
E não importa...
Canada, Inglaterra, Marrocos ou Nárnia.
Seja lá onde se inaugurar sua morada. Faça sua casa perto de nós!
De Skype, Facebook ou Google+ - mas faça-a com janelas para nós.
Segundo........... Não aceite nossos abraços, leve-os contigo,
como os teus se deixam em nós.
Faça deles o seu devocional de cada dia – E com o pão do Eterno se alimente
todos os dias; que te são concedidos.
De sobremesa se alimente de nossos retratos – e se vista com eles
nos dias frios
de solidão.
Terceiro.......... Mande-nos embora de sua vida! E seremos
peregrinos em terra estranha, Sem-terra a te exaltar como nossa – amigos.
E longe de nós, não escreva coisas ridículas – sabemos que você não escreve coisas ridículas.
Quarto............ Cuide bem do seu quarto! Há muitas pessoas
que mudam, e deixam de arrumar seu quarto, sua casa, sua vida.
Seja constantemente orientado!
Quinto............ Agradecemos pelos teus presentes de gestos, livros e obras.
Ao revê-los dá um frio, de saudade. Alguém de nós deixou a janela aberta.
A mesma janela que você pulou quietinho e adentrou,
e nos mostrou como a porta de nossa Missão estava fechada
e com a direção do Eterno nos ajudou:
a abri-la, e como, a mais as pessoas
servi-las.
Sexto................ Sua razão não cabe num cesto, e se coubesse
seria um cesto tão racional, que deixaria de ser cesto e se tornaria...
Um teólogo, um filosofo, um escritor – seu problema é esse.
Infelizmente, você não tem um cesto pra colocar sua razão!
Sétimo.............. O sete é o numero da perfeição, por isso pulemos
esse numero de você!
Oitavo............ Como essa poesia não tem um fim didático,
esqueça qualquer ensinamento, mas tenha dela o conhecimento...
Que seu estar conosco, seu agir conosco, seu orar conosco,
seu aconselhar conosco e seu doar conosco.
Nos trouxe um ao outro – na ABU, a um lugar de comunhão.
E por tudo isso: a Glória toda seja dada ao nosso Criador.
Nono............... Tenha sabor de mel! Como a nona sinfonia de Damares.
Décimo............. e não ultimo, mas décimo! Como um dizimo.
Que nos tenha como parte sua, como nós o temos como parte nossa,
e que em Cristo, sejamos inteiros. Como corpo e cabeça, cabeça no corpo.
Poesia como disse não é mensagem – só a de Fernando Pessoa.
Por isso: deixamos na escuridão destes versos, um interruptor,
por favor, não o acenda, ele não funciona nessa poesia – pelo menos nessa não.
E agora...
Olhe pra fora, digo pra fora de você. E veja dentro de nós.
Há em alguns uma oração sincera a Deus por você,
em outros o desejo que seus sonhos venham todos ocorrer,
em mais alguns talvez, o tremer da alma – pela dor desse momento acontecer.
Mas em todos uma certeza da qual eu termino esta poesia pra dizer.
Deus está no controle da sua vida – e por isso estamos alegres por você.
Estes são os Dez pedidos
a um quase despedido de Lavras.
Na cidade de nossas vidas, porém,
você sempre há de ser um inquilino nosso.
Que não paga aluguel
Fazemos questão de pagar pra você!
terça-feira, 24 de junho de 2014
Calvino e o dinheiro
"Tudo quanto a Igreja possui, seja em propriedade, seja em dinheiro, é patrimônio dos pobres. E assim freqüentemente ali é entoada esta cantilena aos bispos e diáconos: que se lembrem que estão a manejar não valores próprios, mas os destinados à necessidade dos pobres; valores que, se de má fé são suprimidos ou dilapidados, se constituem réus de sangue. Daí serem admoestados a que, com sumo tremor e reverência, como à vista de Deus, os distribuam, sem acepção de pessoas, àqueles a quem se devem. Daqui também aquelas sérias reiterações em Crisóstomo, Ambrósio, Agostinho e outros bispos como eles com as quais diante do povo asseveram sua integridade." (João Calvino, em Institutas, Livro IV, Capítulo XIII).
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