quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Dez pedidos [by Clélio Braz]

Um dia eu ganhei amigos. E me tornei quem sou. O primeiro deles foi Ele. Não é preciso dar nomes. Os demais vieram por sequência, e me mostraram o quanto vale a pena viver, respirar e sonhar com um mundo melhor. A poesia que segue é uma recordação eterna dos amigos da ABU. Quem escreveu foi o Clélio, mas todos tiveram um pedacinho do texto. Guardarei...

Porque esta poesia não é qualquer coisa
de mensagem, de carta, ou de lisonjeio -
é sim e antes, uma forma de recreio, pra fazer-se esquecer
que na verdade, a alma lava uma tristeza em nossos olhos.
... Uma tristeza saudosa de você.

Tenho uma lista
que não tem ordem pra te pedir – nem pra te dar,
você tem muitos tostões pra compra-la!
Mas a doarei...

Primeiro........... Que sua distância se afaste de nós,
te queremos de bem perto, como um navio no seio das aguas,
como chuva em nuvens cinzas e como tempestade em dias fechados.
Ainda que essa tempestade, só chuvisque.
E não importa...
Canada, Inglaterra, Marrocos ou Nárnia.
Seja lá onde se inaugurar sua morada. Faça sua casa perto de nós!
De Skype, Facebook ou Google+ - mas faça-a com janelas para nós.

Segundo........... Não aceite nossos abraços, leve-os contigo,
como os teus se deixam em nós.
Faça deles o seu devocional de cada dia – E com o pão do Eterno se alimente
todos os dias; que te são concedidos.
De sobremesa se alimente de nossos retratos – e se vista com eles
nos dias frios
de solidão.

Terceiro.......... Mande-nos embora de sua vida! E seremos
peregrinos em terra estranha, Sem-terra a te exaltar como nossa – amigos.
E longe de nós, não escreva coisas ridículas – sabemos que você não escreve coisas ridículas.
Quarto............ Cuide bem do seu quarto! Há muitas pessoas
que mudam, e deixam de arrumar seu quarto, sua casa, sua vida.
Seja constantemente orientado!

Quinto............ Agradecemos pelos teus presentes de gestos, livros e obras.
Ao revê-los dá um frio, de saudade. Alguém de nós deixou a janela aberta.
A mesma janela que você pulou quietinho e adentrou,
e nos mostrou como a porta de nossa Missão estava fechada
e com a direção do Eterno nos ajudou:
a abri-la, e como, a mais as pessoas
servi-las.
Sexto................ Sua razão não cabe num cesto, e se coubesse
seria um cesto tão racional, que deixaria de ser cesto e se tornaria...
Um teólogo, um filosofo, um escritor – seu problema é esse.
Infelizmente, você não tem um cesto pra colocar sua razão!

Sétimo.............. O sete é o numero da perfeição, por isso pulemos
esse numero de você!

Oitavo............ Como essa poesia não tem um fim didático,
esqueça qualquer ensinamento, mas tenha dela o conhecimento...
Que seu estar conosco, seu agir conosco, seu orar conosco,
seu aconselhar conosco e seu doar conosco.
Nos trouxe um ao outro – na ABU, a um lugar de comunhão.
E por tudo isso: a Glória toda seja dada ao nosso Criador.
Nono............... Tenha sabor de mel! Como a nona sinfonia de Damares.
Décimo............. e não ultimo, mas décimo! Como um dizimo.
Que nos tenha como parte sua, como nós o temos como parte nossa,
e que em Cristo, sejamos inteiros. Como corpo e cabeça, cabeça no corpo.
Poesia como disse não é mensagem – só a de Fernando Pessoa.
Por isso: deixamos na escuridão destes versos, um interruptor,
por favor, não o acenda, ele não funciona nessa poesia – pelo menos nessa não.

E agora...
Olhe pra fora, digo pra fora de você. E veja dentro de nós.
Há em alguns uma oração sincera a Deus por você,
em outros o desejo que seus sonhos venham todos ocorrer,
em mais alguns talvez, o tremer da alma – pela dor desse momento acontecer.
Mas em todos uma certeza da qual eu termino esta poesia pra dizer.
Deus está no controle da sua vida – e por isso estamos alegres por você.
Estes são os Dez pedidos
a um quase despedido de Lavras.
Na cidade de nossas vidas, porém,
você sempre há de ser um inquilino nosso.
Que não paga aluguel
Fazemos questão de pagar pra você!