quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Terra Estranha

Me desculpem os escritos, inda não sou pessoa de bem
Aos olhos dos matutos da minha nova morada, sou apenas um diferente
Ao confidente que me aprouve, discuto as minhas idiotices
Com ar de humildade, me rebaixo para não gerar suspeitas nessa terra esquisita
Sozinho, passa o tempo, e com ele mais um dia
Nos devaneios tolos que me rodeiam, brilha ao fundo um sol distante
Escondido detrás das cinzas nuvens, não fazendo questão nenhuma de sair
'Cada dia, cada tempo, fique quieto até surgir
No verde som ou no cimento, Ele há de te ouvir'

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pedaços e cores

as cores dentro de mim são muitas
cinzentas em dias nublados
douradas em dias de vida
cada cor, um pedaço
e cada pedaço um verso
um provérbio, sábio
um poema, suave
uma música, latente
e um pincel lançado de mãos afáveis e vivas
tinta sobre os meus erros
cobrindo minhas feridas

A razão de tudo...

Deus, o amor da sua vida, sua mãe com quem você não fala há duas semanas, (...) sua irmã de criação, (...) os parentes que choram a morte de um pai de família, a moça de quem você ainda não esqueceu como era o beijo, (...) a outra ponta de uma história recente que não deu certo e cujo convite (automático) para entrar numa rede social chegou inesperadamente hoje de manhã, a bibliotecária que te cobra um livro, a menina que você deixou para trás depois de quatro anos de namoro, (...) a garçonete para quem você nunca lembra de deixar uma gorjeta à altura da simpatia dela, (...) quem te olhou bem dentro do olho e disse um dia “não tem volta”, a única pessoa que realmente te faz falta hoje, (...) seu amigo que mal conversa contigo mas vem te contar que está dormindo no carro depois que brigou com a mulher, a mulher dele, (...) o único cara em que você confia para ler seus texto antes de publicá-los, (...) o bebê cujo pé você não consegue parar de beijar, (...) a moça da limpeza que finge que não vê você saindo do cinema chorando, (...) o garoto da camisa listrada, (...) qualquer pessoa que passar por aquela porta, qualquer um ou qualquer uma que disser eu te amo, qualquer imbecil que te chamar de imbecil, todas as pessoas que te admiram, todas as pessoas que você admira, sua avó em uma foto da adolescência, a mãe da Acsa Darfiny Garcia, o pai da Raquel Pina Botelho, (...), a Lorena Chaves, o namorado da sua irmã, os seus sobrinhos lindos e distantes, a sua cama naquele cantinho da casa onde todo mundo gosta de ficar, a esposa do seu pai, asua mãe, o filho que você ainda não teve e ainda não sabe como vai chamar. Todo mundo.

Se não for por amor, então por quê?

(adaptação do texto do Zeca Camargo, que me fez chorar demais ontem... valeu Deus, por usar, mais uma vez, uma voz estranha pra me mostrar tudo que eu tenho, e não mereço...)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Eu confesso... de novo...

O retorno do filho pródigo - Rembrandt (1669)
Para começar o blog, nada como retomar, em mais um fim de ano, uma das minhas confissões públicas de alguns anos atrás que sempre me trazem lembranças boas... 


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Confesso que hoje não foi o melhor dia da minha vida, e que mesmo assim ainda não foi o pior.
Confesso que espero demais as coisas acontecerem
E sim, eu deixo muito do que é importante pra depois
Confesso que queria estar em uma situação melhor, ter mais segurança nas coisas, mas que isso não quer dizer que não sei o que quero
Confesso que a minha fé é menor que um grão de mostarda, e nem por isso eu deixo de crer em Deus.
Confesso que não sou a melhor companhia, mas que eu me esforço pra valer pra tentar ser.
Confesso que não sou o melhor amigo, mas que luto por todos que amo, e que erro tentando acertar.
Confesso que meus dias tem se tornado difíceis
Ser adulto não é nada fácil, e tenho saudades da infância
Confesso que não tenho a família perfeita, e que não sou um filho perfeito.
Não tenho projetos de melhorar. Eu sou assim...
Confesso que não gosto de todos com quem convivo
Mas também não me deprimo quando alguém não gosta do meu jeito de ser
Confesso que minhas mãos não são perfeitas
Mas ainda assim o meu sustento vêm delas, e por isso elas jamais serão descartadas
Confesso que queria ter mais poder, mais autoridade, ser mais bonito
Mas confesso também que seria inútil ter tudo isso, uma vez que minha vida é curta demais pra desfrutar de todos os benefícios que isso me traria
Confesso o meu orgulho. Só isso...
Confesso que minhas virtudes são facilmente diluídas pelos meus defeitos
Sou eternamente grato àqueles que me amam mesmo depois de me conhecerem
Sinto por aqueles que não se deram a chance de fazer o mesmo
Aceito aqueles que tentaram, mas ainda assim não gostaram do que viram
Confesso que daria a minha vida por muitos que amo
E confesso que não acredito que fariam o mesmo por mim
Confesso que quando estou sozinho, me sinto triste
E nem por isso me deixo abalar. Amanhã é outro dia
Confesso que não me alimento direito, tanto material quanto espiritualmente
Não entendo como Deus ainda me usa na vida de algumas pessoas
Confesso que ainda estou me descobrindo
E não quero cobrar de mim mesmo uma maturidade acima do que o meu tempo de vida me proporcionou
Confesso que choro quando Deus fala comigo, e que vou chorar muito quando Ele voltar
Confesso que estarei aos seus pés, dizendo que com tudo o que pude ser
Eu tentei fazer o meu melhor, e que só pude porque Ele fez o melhor dEle antes
Confesso que no próximo ano vou tentar ser diferente, sem deixar de ser eu
Enfim, confesso que vou errar ainda, mas ainda assim, Deus, não desistirei de mim mesmo