Dois mil e onze foi um ano de aprendizados, onde por vários momentos questionei bases fundamentais da minha existência, bem como a existência de tudo o que vejo.
Aprendi que os projetos, para darem certo, devem ocorrer nos momentos certos, e isso não é controlável. Delegar esforços para projetos que não estão dentro do seu espaço-tempo causam prejuízos enormes, e danos emocionais consideráveis.
Percebi que, por mais que eu delegue esforços, as coisas vão acontecer no tempo que devem acontecer. Isso me serviu como mais uma prova da existência de um Deus pessoal e amoroso, que cuida de mim e se importa com a minha caminhada.
Aprendi que posso conquistar o mundo, ter todos os diplomas e ser reconhecido por todos. Se não puder compartilhar isso com alguém, de nada vale. Tudo na vida só tem graça se compartilhado.
Aprendi que a ansiedade te rebaixa, te oprime e te tira da realidade. Apesar de ser um problema crônico em nossa sociedade, não devo me deixar dominar por ela.
Percebi que Lavras é uma terra de gente diferente, estranha às vezes, e que preciso muito me adaptar para não enlouquecer. Ficar longe das pessoas que mais amamos nos enfraquece, às vezes.
Encontrei uma comunidade em Lavras para conviver. Fiz amigos, descobri, mais uma vez, a face decaída da humanidade em alguns, me admirei com outros, e agradeço à Deus por todos.
Aprendi que, sem a graça, as coisas complicam muito. Percebi que sou fruto da história mais longa de todas, e que vou durar até o fim dela.
Aprendi que, sem a graça, as coisas complicam muito. Percebi que sou fruto da história mais longa de todas, e que vou durar até o fim dela.
Aprendi que a família é a esfera que mais devemos nos importar, ainda que distante. Aprendi que a igreja tem o seu lugar, apesar de nós mesmos...
Vivi desilusões acompanhadas de novas tentativas, acompanhadas de novas desilusões, e de novas tentativas, e no meio disso tudo, percebi que cresci. O megafone de Deus para o mundo surdo foi usado de maneira providencial esse ano, e posso dizer com toda a convicção que estou amadurecendo como nunca.
Descobri o Labri, que me ajudou muito, e me fez entender que o evangelho faz sentido, se praticado e estudado com seriedade.
Descobri o Lewis, o Malick, o Guilherme, o David Cestavo, o Fred Astaire, a Ginger Rogers, entre tantos que deram tons mais vivos para os meus dias.
Aprendi que as manhãs podem ser mais vividas... acordar cedo ajuda a melhorar meu humor (por incrível que pareça!). Descobri que as noites foram feitas pra sonhar, e nelas podemos nos surpreender com os mais lindos mitos e estórias que podem vir a se tornar realidade.
Aprendi que ciência e fé andam juntas, e o sentido disso tudo é simples, basta procurar.
Vi também que sou capaz de coisas terríveis, e posso causar muito mal às pessoas. Meus erros, agora que sou adulto, têm maiores consequências, e isso me assusta bastante. O interessante foi perceber que não perdi o medo de viver por conta disso, enquanto vi várias pessoas à minha volta sucumbindo diante das dificuldades.
Continuo sonhando com um amor à la Casablanca, abnegado e sincero, puro e forte, revelador e protetor. Mas aprendi que esse amor não é central, e que sentimentos não podem sobrepor a razão e a lógica da vida. Isso me torna alguém que não sou, e me afasta da realidade.
E depois de aprender, aprender, aprender, só me resta, no ano que vai iniciar, olhar para o futuro como Paulo, esquecendo das coisas que para trás ficaram, mirando no Alvo, olhando dentro de Seus olhos e respirando o ar puro, leve e cheio de vida que todas as manhãs irão me provocar, afinal de contas, ao fim do inverno, Aslam há de voltar, e de rechear todas as coisas com sua música e nos preencher com seu rugido forte, e que espanta toda inércia, medo e cansaço.