quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Esse ano eu aprendi...

Dois mil e onze foi um ano de aprendizados, onde por vários momentos questionei bases fundamentais da minha existência, bem como a existência de tudo o que vejo.

Aprendi que os projetos, para darem certo, devem ocorrer nos momentos certos, e isso não é controlável. Delegar esforços para projetos que não estão dentro do seu espaço-tempo causam prejuízos enormes, e danos emocionais consideráveis.

Percebi que, por mais que eu delegue esforços, as coisas vão acontecer no tempo que devem acontecer. Isso me serviu como mais uma prova da existência de um Deus pessoal e amoroso, que cuida de mim e se importa com a minha caminhada.

Aprendi que posso conquistar o mundo, ter todos os diplomas e ser reconhecido por todos. Se não puder compartilhar isso com alguém, de nada vale. Tudo na vida só tem graça se compartilhado.

Aprendi que a ansiedade te rebaixa, te oprime e te tira da realidade. Apesar de ser um problema crônico em nossa sociedade, não devo me deixar dominar por ela.

Percebi que Lavras é uma terra de gente diferente, estranha às vezes, e que preciso muito me adaptar para não enlouquecer. Ficar longe das pessoas que mais amamos nos enfraquece, às vezes.

Encontrei uma comunidade em Lavras para conviver. Fiz amigos, descobri, mais uma vez, a face decaída da humanidade em alguns, me admirei com outros, e agradeço à Deus por todos.

Aprendi que, sem a graça, as coisas complicam muito. Percebi que sou fruto da história mais longa de todas, e que vou durar até o fim dela.

Aprendi que a família é a esfera que mais devemos nos importar, ainda que distante. Aprendi que a igreja tem o seu lugar, apesar de nós mesmos...

Vivi desilusões acompanhadas de novas tentativas, acompanhadas de novas desilusões, e de novas tentativas, e no meio disso tudo, percebi que cresci. O megafone de Deus para o mundo surdo foi usado de maneira providencial esse ano, e posso dizer com toda a convicção que estou amadurecendo como nunca.

Descobri o Labri, que me ajudou muito, e me fez entender que o evangelho faz sentido, se praticado e estudado com seriedade.

Descobri o Lewis, o Malick, o Guilherme, o David Cestavo, o Fred Astaire, a Ginger Rogers, entre tantos que deram tons mais vivos para os meus dias.

Aprendi que as manhãs podem ser mais vividas... acordar cedo ajuda a melhorar meu humor (por incrível que pareça!). Descobri que as noites foram feitas pra sonhar, e nelas podemos nos surpreender com os mais lindos mitos e estórias que podem vir a se tornar realidade.

Aprendi que ciência e fé andam juntas, e o sentido disso tudo é simples, basta procurar.

Vi também que sou capaz de coisas terríveis, e posso causar muito mal às pessoas. Meus erros, agora que sou adulto, têm maiores consequências, e isso me assusta bastante. O interessante foi perceber que não perdi o medo de viver por conta disso, enquanto vi várias pessoas à minha volta sucumbindo diante das dificuldades.

Continuo sonhando com um amor à la Casablanca, abnegado e sincero, puro e forte, revelador e protetor. Mas aprendi que esse amor não é central, e que sentimentos não podem sobrepor a razão e a lógica da vida. Isso me torna alguém que não sou, e me afasta da realidade.

E depois de aprender, aprender, aprender, só me resta, no ano que vai iniciar, olhar para o futuro como Paulo, esquecendo das coisas que para trás ficaram, mirando no Alvo, olhando dentro de Seus olhos e respirando o ar puro, leve e cheio de vida que todas as manhãs irão me provocar, afinal de contas, ao fim do inverno, Aslam há de voltar, e de rechear todas as coisas com sua música e nos preencher com seu rugido forte, e que espanta toda inércia, medo e cansaço.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Conto de Fadas

Ele: Eu sei que existe! e ainda vou viver muito isso!
Ela: Não é lenda então?
Ele: Não... é real! É o mito que se torna verdade, e que entranha na nossa história, e que não tem como ser mais tratado como mito!
Ela: Acho que eu vou saber quando acontecer então, se é tão real...
Ele: Vai sim... eu acredito! E vai saber porque sabe o que quer viver
Não vive por inércia. Você sente o cheiro da vida. E dança com ela, à medida que sonha entre seus livros...
Que a beleza de tudo que espera está lhe esperando ali, no jardim, onde tudo tem mais cores, e as cores são mais do que belas.
Ela: Eu quero viver um amor a la Casablanca. Viu como sou iludida?? Filmes fazem isso comigo...
Ele: No universo da imaginação, a realidade pode nos dar tudo, até o ponto onde estejamos vivendo o imaterial, inacessível e impossível para os outros...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Merecimento

Eu não mereço
Não adianta dizer que os esforços resultam em dádivas
Eles nunca serão suficientes pra dizer como o rumo da história se deu
Da forma que foi, no momento em que tudo se tornou real
O merecimento alimenta o ego, e o ego... esse sim, me tira da realidade
Não há nada mais real do que o imerecimento, este leva à graça
Simples, sem muita complicação
A graça
Viver uma vida imerecida e agradecer ao mesmo tempo soa estranho
Estranho e paradoxal muitas vezes
Como um texto que é escrito com um sentimento de que não vai ficar bom
Mas ao mesmo tempo fala daquilo que sua alma grita
Em meio a um emaranhado de acusações, elogios e lutas
Eu só sei que não mereço
E por tudo que tenho, eu agradeço, assim, sem meias palavras
E sem receios