segunda-feira, 4 de março de 2013

Tenho dúvidas, mas creio...

Nada, eu digo: nada é mais contraditório do que sentir na pele, ou ouvir o discurso pós-moderno da relatividade de todas as coisas. As pessoas são muito boas nos dias atuais para se darem conta de que cometem erros. Ou melhor: somos uma sociedade inteligente demais e ocupada demais para refletir um pouco mais a fundo sobre questões da verdade.

Hoje eu entendo um pouco do porquê. Cavar em busca da verdade custa caro. Custa as minhas convicções e minhas verdades. Custa o meu conforto e meus sentimentos individuais. Custa tudo.

Buscar a verdade implica em se abrir para os seus enganos. Implica na incessante busca pelo que todos consideram inexistente. Nos coloca diante de um universo inteiro, enquanto me sentia totalmente à vontade apenas na minha sala de estar.

Conhecer a verdade não implica em não ter dúvidas. Crer em um livro tão antigo, e que passou por séculos nas mãos de centenas de pessoas é algo desafiador, até mesmo para o mais simples indivíduo, não habituado ao questionamento.

Conhecer a verdade é manter-se na sua busca até a morte. É um processo que não se encerra, e que deixa muitos para trás. Quando queremos saber o que é correto e o que não é, se é que existe certo e errado, precisamos nos entregar ao ato. Em uma sociedade que vive na superfície, e prefere confiar em seus instintos a conhecer o que a história tem para nos contar, é fácil perceber que são muitos os que deixam a fé, ou a vivem totalmente iludidos.

Pedro não erra quando nos convida a dar a razão da nossa fé, uma forma de santificar a Cristo (I Pe 3:15). Cristo não erra quando nos diz que o caminho é estreito, e poucos que caminham por ele (Mt 7:14). Conhecer a razão da nossa fé e nos dispormos a compartilhá-la com o próximo é sobremodo difícil e nos exige toda a nossa vida.

Não temos um Deus de sentimentos. Temos um Deus de verdade (Paráfrase com Bonhoeffer).

Para os que gostam de se questionar, deixo alguns questionamentos:
- E se toda essa baboseira evangélica for verdade?
- E se Jesus realmente ressuscitou?
- Será que o cristianismo é algo tão banal e simplista resumido ao lema "paz e amor"?
- Será que minha vida é algo desconexo da minha fé?
- Será que não crer em nada é a melhor alternativa?
- Será que eu sou realmente uma pessoa boa e que não precisa de nada além da minha autossatisfação?
- Será que o evangelho é babaca como aqueles que ficam na TV pedindo dinheiro?
- E se a bíblia realmente for um livro de Deus? Será que ela não tem nada para me falar?

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