Nada, eu digo: nada é mais contraditório do que sentir na pele,
ou ouvir o discurso pós-moderno da relatividade de todas as coisas. As
pessoas são muito boas nos dias atuais para se darem conta de que
cometem erros. Ou melhor: somos uma sociedade inteligente demais e
ocupada demais para refletir um pouco mais a fundo sobre questões da
verdade.
Hoje eu entendo um pouco do porquê. Cavar em
busca da verdade custa caro. Custa as minhas convicções e minhas
verdades. Custa o meu conforto e meus sentimentos individuais. Custa
tudo.
Buscar a verdade implica em se abrir para os seus
enganos. Implica na incessante busca pelo que todos consideram
inexistente. Nos coloca diante de um universo inteiro, enquanto me
sentia totalmente à vontade apenas na minha sala de estar.
Conhecer
a verdade não implica em não ter dúvidas. Crer em um livro tão antigo, e
que passou por séculos nas mãos de centenas de pessoas é algo
desafiador, até mesmo para o mais simples indivíduo, não habituado ao
questionamento.
Conhecer a verdade é manter-se na sua
busca até a morte. É um processo que não se encerra, e que deixa muitos
para trás. Quando queremos saber o que é correto e o que não é, se é que
existe certo e errado, precisamos nos entregar ao ato. Em uma sociedade
que vive na superfície, e prefere confiar em seus instintos a conhecer o
que a história tem para nos contar, é fácil perceber que são muitos os
que deixam a fé, ou a vivem totalmente iludidos.
Pedro não
erra quando nos convida a dar a razão da nossa fé, uma forma de
santificar a Cristo (I Pe 3:15). Cristo não erra quando nos diz que o
caminho é estreito, e poucos que caminham por ele (Mt 7:14). Conhecer a
razão da nossa fé e nos dispormos a compartilhá-la com o próximo é
sobremodo difícil e nos exige toda a nossa vida.
Não temos um Deus de sentimentos. Temos um Deus de verdade (Paráfrase com Bonhoeffer).
Para os que gostam de se questionar, deixo alguns questionamentos:
- E se toda essa baboseira evangélica for verdade?
- E se Jesus realmente ressuscitou?
- Será que o cristianismo é algo tão banal e simplista resumido ao lema "paz e amor"?
- Será que minha vida é algo desconexo da minha fé?
- Será que não crer em nada é a melhor alternativa?
- Será que eu sou realmente uma pessoa boa e que não precisa de nada além da minha autossatisfação?
- Será que o evangelho é babaca como aqueles que ficam na TV pedindo dinheiro?
- E se a bíblia realmente for um livro de Deus? Será que ela não tem nada para me falar?
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